3 coisas que todos falam sobre BAM
O que as pessoas falam sobre BAM e como evitar que isso se torne verdade para você…
Se você já esteve envolvido com a comunidade missionária, percebeu que, geralmente, existem três críticas mais comuns ao conceito de BAM. Na verdade, se você analizar os medos e objeções irá entender de onde essas críticas vêm. Mas isso precisa mesmo ser verdade para você?
Vamos dar uma olhada em cada uma dessas críticas e ver de que maneira você pode evitar cair nessas armadilhas.
1. “Ou você fará bem Business ou o seu ministério – os dois não dá!”
Já ouviu algo assim?
Ao longo dos anos ministrando no mundo árabe, tenho esbarrado com muita gente que acredita ser impossível alguém administrar um negócio legítimo e, ao mesmo tempo, ter um ministério impactante. Eles acreditam que se você opta por ter um negócio lucrativo, precisa sacrificar a ideia de plantar uma igreja. Ou, inversamente, dizem que, se você quer ter um ministério poderoso, não pode desperdiçar seu precioso tempo administrando um negócio.
Sem dúvida, vimos que, no passado, empresários do Reino se distraíram com seus negócios. Também temos visto alguns ministérios eficazes vindo daqueles que negligenciam suas identidade profissionais. Mas precisa ser assim?
Minha pergunta é: “Dá pra fazer bem as duas coisas?”
Com certeza! Tenho plena convicção de que não é apenas possível como necessário.
E como?
A primeira coisa que não podemos esquecer é que não devemos criar uma dicotomia entre nosso ministério e o nosso trabalho.
Cada hora que investimos em nosso negócio, convivendo de perto com nossos funcionários e interagindo no mundo business, nos oferece oportunidades perfeitas para sermos sal e luz. Você pode não estar pregando nas ruas ou fazendo um estudo bíblico, mas você, certamente, pode falar sobre como Jesus impacta a sua vida.
Nos últimos 14 anos, pude ver oportunidades inacreditáveis para compartilhar sobre o amor de Jesus através do nosso negócio. Um rápido exemplo, foi quando eu tive uma oportunidade fantástica sobre casamento com o pessoal do escritório. Eu disse pra eles que os maridos devem amar suas esposas como Jesus amou a Igreja. Eu até podia ter parado ali, mas senti do Espírito de compartilhar que Jesus havia morrido pela sua noiva e que nós devemos estar abertos a fazer o mesmo pelas nossas esposas. Eu acredito que devemos explorar o melhor que podemos cada oportunidade que o Senhor coloca à nossa frente.
A segunda e, talvez, mais importante coisa a levarmos em conta, é que estamos sendo modelo para a igreja local sobre o que significa trabalhar e exercer o ministério.
A maioria dos nossos discípulos e novos convertidos NÃO terão o privilégio de serem sustentados integralmente através de mantenedores. De todo coração, queremos vê-los compartilhando e liderando grupos de discipulado, mas eles também precisam comer. Eles precisarão aprender a como trabalhar e estar no ministério ao mesmo tempo.
Neste aspecto, temos sido bom exemplo para os novos convertidos?
Como podemos exigir que trabalhem de 8 a 10 horas por dia para sustentar suas famílias e, ainda, tenham um ministério vibrante, se não somos bom exemplo para eles?
2. O pessoal do BAM é um bando de enganadores.
Uma outra crítica que sempre ouvimos é que aqueles que trabalham com Business as Mission são um bando de falsos. É verdade que, no passado, muitos dos que foram poderiam ser classificados como “falsas tendas” (fake tents), mas acredito que este conceito esteja mudando.
Existem provavelmente duas razões pelas quais as pessoas optaram por uma postura falsa.
A primeira, é que eles tem uma concepção falha de que os negócios os afastariam do ministério. A segunda, é que não foram equipados e treinados para um negócio legítimo.
O que observo é que lançamos “missionários misericordiosos” no meio de “pitbulls dos negócios” sem nenhum treinamento, orientação e suporte. Isso precisa mudar!
Vocês que têm estado envolvidos na arena do BAM sabem que esses dois pontos tem sido discutidos. Temos visto mudanças significativas na maneira de pensarmos sobre como sermos autênticos nas nossas identidades profissionais e como fugirmos de uma mentalidade falsa nesse sentido. Há, também, uma variedade de bons recursos de treinamento e programas que estão sendo desenvolvidos por organizações e pessoas que desejam capacitar empreendedores do Reino.
3. “Eu nunca vi um BAM de sucesso!”
Tenho trabalhado com Fazedores de Tendas já há 20 anos e eu nunca vi um negócio que seja lucrativo, sustentável e efetivo ministerialmente! Então por que deveríamos investir nosso tempo e energia em algo que não funciona?”. O diretor de uma organização financeira me disse essas duras palavras durante um encontro estratégico com foco em impactar países fechados para o Senhor. Eu mordi minha língua à medida que alguns Fazedores de Tendas de sucesso vinham à minha mente. No entanto, aquele investidor, estava assustadoramente perto de ter razão. Muitos negócios de Fazedores de Tendas fracassaram!
Empreendedor Missional.
Se olharmos para todas as reclamações e críticas que o BAM tem recebido, talvez essa seja a que mais precisemos prestar atenção.
O Business as Mission é um bom modelo para alcançar as nações?
Alguém poderia argumentar fortemente que o BAM não tem tido sucesso em impactar os países fechados para Jesus. O modelo BAM do passado!
Eu realmente acredito que existe uma nova geração de empreendedores do Reino que possuem visão, valores e desejo para usar os negócios de forma efetiva na plantação de igrejas.
Mesmo nos últimos 10 anos, tenho pessoalmente visto alguns BAMers bastante efetivos administrando empresas autênticas que impactam com luz a cultura local.
A realidade é que muitos dos grupos ainda não-alcançados vivem em lugares onde os missionários tradicionais não são bem-vindos. Sem um modelo alternativo, muitos, se não a maioriadesses grupos, continuarão no caminho da perdição.
Nós temos uma escolha!
Nós precisamos achar um caminho para entrar nesses “países fechados”. E os negócios, são o meio que temos…
Meu ponto é simples! O Business as Mission é um modelo efetivo se alguns princípios importantes forem observados:
- o Senhor estiver no centro da sua visão para o seu empreendimento BAM;
- a oração for parte integral de todo o processo;
- visão e estratégia estiverem definidas de tal forma que negócios e ministério caminhem de mãos dadas;
- o conceito de seu negócio estiver desenvolvido sobre uma pesquisa sólida;
- os membros de sua equipe forem treinados e equipados para atuarem nos negócios e ministério;
- a equipe estiver comprometida em dedicar tempo e recursos para fazer o negócio decolar;
- a equipe procurar, intencionalmente, por oportunidades de compartilhar sobre Jesus no negócio;
- a equipe estiver comprometida a dedicar seu tempo, além das horas de trabalho, para estar na e com a comunidade;
- a equipe proclamar Jesus com coragem, sempre que tiver oportunidade;
- a equipe de negócios tomar decisões baseadas em seus valores essenciais e visão, não somente nas margens de lucro;
- a organização enviadora (caso haja alguma envolvida) estiver ciente das dificuldades inerentes ao BAM e disponibilizar recursos para treinamento e desenvolvimento;
- a equipe tiver um mentor para o negócio que pode ajudá-la a navegar as turbulentas águas das pequenas empresas (ensinando, treinando, orientando na prestação de contas, etc…).
Por Toby Miles.