Dicotomizando Trabalho e Ministério
“Uma das muitas bases defeituosas do BAM”.
Alguns meses atrás, tive a oportunidade de dar consultoria a um jovem fazedor-de-tendas que estava com dificuldades para estabelecer seu negócio. Costumo sempre começar com uma série de perguntas sobre a filosofia do negócio e valores. Assim que começamos perguntei: “Quanto tempo você está disposto a dedicar na à sua empresa?”
Ele pensou por um minuto e respondeu: “Eu posso dar apenas 25% do meu tempo na empresa. Meu ministério pega 25%, minhas responsabilidade de liderança pegam outros 25% e minha família os outros 25%”.
Assumindo que ele estava falando de 40 a 60 horas de trabalho semanais, ele estava dizendo que poderia se comprometer apenas com 10 a 15 horas semanais no seu negócio.
Algo estava errado com seu fundamento; um de seus principais valores estava distorcido.
Assim como tantos outros jovens empreendedores, este rapaz estava dicotomizando seu trabalho e ministério. Ele estava convencido de que seu ministério tinha um lugar determinado, seu trabalho outro, sua liderança outro lugar e, por fim, sua família. Ele temia que, caso se comprometesse demais com sua empresa, teria que reduzir seu tempo no ministério.
Deixe-me fazer uma pergunta:
O seu negócio e o seu ministério precisam estar separados?
Absolutamente não!
Irmãos, certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém, enquanto lhes pregávamos o evangelho de Deus. (1 Ts 2.9)
Acredito que nossas próprias vidas deveriam glorificar a Jesus. Tudo o que fazemos deveria declarar Seu nome! Não importa se estou trabalhando no escritório, tomando chá na rua ou tendo um tempo com minha família, minha vida deveria estar testemunhando Jesus.
A maioria dos homens respeitáveis em uma comunidade de acesso criativo sairão par trabalhar. Assim como você deveria fazer! Seu negócio não deveria afastá-lo do ministério, mas empurrá-lo ainda mais para dentro dele.
Algo acontece rapidamente quando você começa a separar tempo de trabalho do tempo de ministério. Você vai começar a enxergar seu trabalho como uma perda de tempo – tempo precioso que você poderia estar investindo no ministério.
Esta é uma suposição errada!
Na verdade, se você não tiver uma identidade profissional válida, o que inclui o trabalho, você perderá a sua credibilidade. No fim das contas, você perderia sua oportunidade de ministrar. A beleza de ter um lugar de trabalho para ir é que isto abrirá as portas para relacionamentos naturais com o povo local.
Seus negócio proverá oportunidade maravilhosas para interagir diariamente com pessoas que precisam da luz de Jesus.
Lembre-se que discipulado pode começar até mesmo antes da conversão!
Se você tiver empregados ou pessoas que trabalham com você, você terá a oportunidade de discipulá-los todos os dias através dos seus negócios. Eles observarão como você lida com os erros, desafios financeiros e problemas interpessoais. Eles estarão observando quem é o seu Mestre e como escolhe seguí-Lo.
Um dos comentários que sempre ouço é:
“Se eu estiver trabalhando na maior parte do meu dia, que horas vou discipular as pessoas que não estão envolvidas no meu negócio?”
Tenho assumido como resposta o seguinte: “as pessoas que você deseja discipular também não trabalham?”. Na minha experiência, quando eu quis me encontrar com um trabalhador, tivemos que nos encontrar após o período de trabalho. Ele não podia simplesmente abandonar seu turno
de trabalho para encontrar uma pessoa que esteja oferencendo discipulado.
A maioria dos BAMers que encontrei tem uma paixão por discipulado! Eles amam tanto isso que abandonariam tudo a qualquer momento, incluindo seu trabalho, para se encontrar com pessoas que estão pedindo para serem discipuladas.
Que exemplo estamos dando aos nossos amigos locais?
Eu acredito que a melhor coisa seria explicar que você trabalha, mas que estaria mais do que disposto a encontrá-los depois do trabalho. Sim, isso significa ter visitas depois de um longo dia de trabalho ou passar a noite fora, mas isso comunica o valor de aprendizado conjunto sobre Jesus e também do trabalho que provê sustento e cuidado às suas famílias. Uma vez que a pessoa interessada começa a seguir a Jesus, seu desejo é que ela discipule outros de sua própria cultura.
Se você não tiver dado o exemplo de que é possível fazer isto enquanto trabalha, como ter a expectativa de que esta pessoa trabalhe e ministre?
“Trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite… não porque não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês”. (2 Ts 3.9)
Outra pergunta que você deve estar se fazendo é:
“Então, o quanto devo trabalhar?”
Eu não acho que exista uma resposta padrão a esta pergunta. Existem diferentes tipos de trabalhos e de pessoas, e o tempo necessário irá variar. Eu recomendaria observar a sua comunidade local e ver qual é a jornada de trabalho de um empresário respeitável naquela comunidade.
Por favor, preste atenção no que estou dizendo! Eu não estou falando do tempo que eles passam fora de casa, mas de quanto tempo eles passam trabalhando. Eu o encorajaria a gastar ao menos 80% deste tempo no seu negócio.
Então, por exemplo, se um empresário padrão trabalha 40 horas semanais, eu recomendaria você gastar pelo menos 32 horas por semana no seu trabalho.
Uma coisa é certa, devemos manter o que é o principal como principal!
Precisamos ter certeza de que continuamos proclamando Jesus através dos nossos negócios e não mudarmos de rumo pensando somente em fazer o negócio ter sucesso financeiro.
Faço questão de tentar sentar com meus principais contatos de negócios e explicar meus valores de negócio, que são baseados em Cristo. Eu quero que eles saibam que existe uma diferença entre cirstão e não-cristãos e que a diferença é Jesus!
Por Toby Miles.