Testemunha de Cristo x Identidade Profissional
Como você é visto pela cultura local?
Nos últimos 13 anos, vivendo no mundo árabe, tenho falado com muitos “Empreendedores do Reino” que têm tido dificuldades com a ideia de equilibrar ministério e negócio. Eles se perguntam quanto tempo deveriam dedicar ao negócio e quanto ao evangelismo. Você também se debate com essas questões? É muito importante refletir sobre isso, mas hoje eu gostaria de convidá-lo a olhar para questão de um ângulo um pouco diferente: Como você é visto pela cultural local?
Dois lados da mesma moeda
À medida que alguém é recebido em uma nova cultura, o governo, os amigos e os vizinhos tentarão enquadrar essa pessoa em alguma “caixa”, atribuindo-lhe uma definição. Cada detalhe será observado — desde a forma como o negócio é administrado até a maneira de tratar a família. Também haverá atenção às palavras, seja ao compartilhar a Verdade ou ao reagir em tempos de dificuldade.
Existem duas áreas principais da vida que influenciam a percepção da comunidade local: o testemunho cristão e a identidade profissional.
Alcançando o Equilíbrio
Observando diferentes Fazedores de Tendas, nos demos conta de que eles estão sempre em algum ponto deste espectro, seja abaixo ou no topo desses eixos. (veja o gráfico acima).
O Fazedor de Tenda ideal é aquele que se encontra alto, tanto no testemunho cristão como em sua identidade profissional. Vamos dar uma olhada em cada um dos quatro quadrantes do gráfico.
1. Empresário respeitado que ama a Jesus
A identidade BaM ideal é demonstrada por aquele que vive como cristão corajoso enquanto desenvolve uma forte identidade empresarial. Para a cultura local, não será visto apenas como um empresário dedicado, mas também como alguém religioso — um seguidor apaixonado por Jesus. Sua credibilidade não será questionada, o que abrirá boas oportunidades para falar da Verdade. Observa-se que pessoas nessa categoria conseguem compartilhar com abertura, sem atrair atenção indesejada da cultura receptora.
2. Empresário “Moral”
Empresários “morais” são aqueles que possuem uma identidade profissional excelente, mas apresentam fragilidade no testemunho cristão. A comunidade local tende a classificá-los apenas como pessoas interessadas em ganhar dinheiro, sem enxergá-los como religiosos.
Esses empresários costumam ser bem recebidos no país em que atuam, mas acabam deixando passar diversas oportunidades valiosas de compartilhar o Evangelho.
3. Percepção “Missionária”
O terceiro grupo é composto por aqueles que valorizam o testemunho cristão, mas não desenvolveram de forma adequada sua identidade profissional. Na percepção da cultura local, acabam sendo vistos como missionários. Esse tipo de Fazedor de Tendas geralmente enfrenta desconfiança e ceticismo.
São pessoas extremamente corajosas e encontram muitas oportunidades para evangelizar, mas, com o tempo, os amigos passam a enxergá-las apenas como indivíduos interessados em sua conversão.
Mas isso é negativo? De certo modo, aqueles que enviaram tais obreiros ficarão satisfeitos.
4. Ineficazes
Este último grupo deveria reconsiderar seu chamado e, talvez, decidir voltar para casa. Este grupo é fraco no testemunho cristão e fraco na identidade profissional – são ineficazes. Não somente para a cultura local mas também para aqueles que os enviaram.
A cultura local não confiará neles e, consequentemente, isso terminará sendo um testemunho negativo.
Perspectiva de longo prazo
Nosso objetivo final é honrar o Senhor e ser usado por Ele para proclamar Seu nome. Nenhum de nós alcançará uma identidade perfeita, mas todos podemos continuar crescendo em cada uma dessas áreas.
Uma recomendação para aqueles que desejam permanecer no campo atuando sob o modelo BaM é continuar desenvolvendo o testemunho cristão — proclamando a Verdade de forma efetiva. Também é importante manter e investir na identidade profissional, pois isso abrirá novas portas e conquistará o respeito da comunidade, que, por sua vez, oferecerá novas oportunidades para compartilhar a fé.
Mais uma coisa…
Na verdade, existe mais uma coisa que é essencial para fortalecer sua identidade no BaM: ser culturalmente sensível. Pense em alguém que tem uma identidade profissional bem construída e também ame evangelizar e, mesmo assim, está constantemente ofendendo as pessoas culturalmente. Você acha que ele terá um ministério efetivo e duradouro?
Imagine uma mulher de negócios no mundo árabe que veste camiseta regata e bebe álcool. Embora possa ser uma excelente cristã e muito profissional, ela acabou com qualquer possibilidade de ser efetiva naquela cultura.
Quais perguntas você deve fazer a você mesmo sobre sua identidade?
